Pastoral do Dízimo

Fundamentação/Caracterização/Plano Pastoral Paroquial

Este trabalho, “Estas orientações e propostas são oferecidas às nossas comunidades como referência em seu empenho de conversão pastoral e de renovação comunitária. Nesta hora missionária, a Igreja no Brasil renova vigorosamente sua opção pelo dízimo, como forma habitual de manutenção das comunidades e da ação evangelizadora”. CNBB doc 106; o dízimo na comunidade de fé: orientações e propostas, n°85.

1- O que é o Dízimo

É UMA CONTRIBUIÇÃO SISTEMÁTICA E PERIÓDICA , motivada pela fé, pela qual os fiéis e cada comunidade vivenciam a comunhão, a participação e a corresponsabilidade na sustentação da missão que a Igreja tem de Evangelizar; e tem as seguintes características:

a) É relacionado com a experiência de Deus e com o amor fraterno;

b) É um compromisso moral dos fiéis com a Igreja;

c) É fixado de acordo com a consciência retamente formada;

d) É sistemático e periódico.

2- Dimensões do Dízimo

O documento 106 da CNBB, nos números 28, 29, 30, 31 e 32, apresenta o dízimo em 4 dimensões;

a) Dimensão Religiosa: A contribuição com o dízimo é um modo de reconhecer que Deus é o Senhor de todos os bens;

b) Dimensão Eclesial: Manter as estruturas eclesiais no âmbito paroquial e diocesano;

c) Dimensão Missionária: Partilhar os recursos, em vista do crescimento do reino de Deus;

d) Dimensão Caritativa: Serviço da caridade.

3- Finalidades do Dízimo

Sua finalidade decorre da sua natureza e de suas dimensões, ambas são configuradas pela vida da igreja e determinadas pela legislação canônica. Ele tem um destino certo e está direcionado para oito dimensões da obra evangelizadora:

a) Dimensão litúrgica: Nas despesas com culto (toalhas, velas, flores, folhas de canto, luz, água, vinho, hóstias, etc);

b) Dimensão Pastoral: Despesas com as pastorais (catequese, roteiros, livros, cartazes);

c) Dimensão Comunitária: Remuneração dos padres, dos funcionários, manutenção da igreja, da casa paroquial, da secretária, etc);

d) Dimensão Social: Promoção humana e social, pobres, idosos, crianças, dependentes químicos, etc);

e) Dimensão Missionária: Colaboração com as paróquias mais carentes da diocese e com as missões;

f) Dimensão Patrimonial: Adquirir/ Administrar/ Zelar os bens matérias, móveis e imóveis;

g) Dimensão Eclesial: Manutenção das estruturas pastorais, “paroquiais e diocesanas” necessárias à finalidade que é a Evangelização;

h) Dimensão Vocacional: Formação de lideranças, novos padres, ministros, catequistas, etc.

4- Definição - Pastoral

A Pastoral do Dízimo é a ação eclesial que tem por finalidade motivar, planejar, organizar e executar iniciativas para a implantação e o funcionamento do dízimo, e acompanhar os membros da comunidade no que diz respeito à sua colaboração, em sintonia com a Pastoral de Conjunto na Igreja particular.

* É Formada na Matriz e em cada uma das comunidades da paróquia; com o n° de 4 a 12 participantes.

* A coordenação paroquial é composta por 5 membros, com participantes de todas as comunidades da Paróquia.

* Tem reunião com formação para a coordenação de 4 em 4 meses.

5- Mas, com quanto contribuir?

Levando em conta as condições financeiras dos paroquianos e as necessidades da paróquia, elaboramos e propomos tabela de contribuição como segue:

Obs: a) Esta tabela deve ser atualizada sempre que houver alteração no valor do salário mínimo.

              b) Importante observar o que diz São Paulo na sua segunda carta aos coríntios: “Cada um dê conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria. ” (2Cor 9,7).

6- Estratégia de ação

     Levando em conta o levantamento das necessidades financeiras da paróquia, precisamos determinar o objetivo a ser alcançado bem como a estratégia de ação e do rumo a ser dado.

     Então, como PRIMEIRO PASSO, nos propomos a trabalhar para que no prazo de seis meses, ou seja, até junho de 2026, todas as pessoas envolvidas em alguma atividade na comunidade sejam dizimistas; e como SEGUNDO PASSO, trabalhar para que no prazo de 12 meses, ou seja, até dezembro de 2026, todos os paroquianos e famílias de catequizandos estejam contribuindo com o dízimo. Como meta podemos assim programar:

META:   *  Até junho 2026        – Dízimo – 15 salários mínimos;

                * Até dezembro 2026 – Dízimo – 20 salários mínimos;

     * Até dezembro 2027  – Dízimo – 25 salários mínimos.

7- Plano de ação

     A pastoral do dízimo define seu plano de ação a ser seguido;

a) Confecção de calendários com envelopes em novembro/2025;

b) Distribuição  dos   calendários e envelopes  aos  dizimistas  a  partir  de dezembro/2025;

c) Manter o domingo do Dízimo, 2° domingo de cada mês na Matriz e comunidades; (1)

d)  Fazer prestação de contas –trimestralmente na matriz e comunidades.

e)  Conscientização:  

             * Nas comunidades: Nas celebrações nos 2°domingo de cada mês;

             * A nível paroquial: Encontros com as lideranças paroquiais para estudo e avaliação, em março e outubro de 2026.

8- Tabela Paroquial/Envelopes

     Elaboramos tabela com intervalos numéricos para distribuição anual de envelopes e calendários nas comunidades da Paróquia como segue:

9- Textos Bíblicos

     Seguem alguns textos bíblicos que você pode conferir, refletir, rezar e podem servir também para a formação da Pastoral do Dízimo.

a) No antigo testamento:

1) Deus é o Senhor de tudo o que existe; 

(Lv 25,23; Sl 24,1), (1Cr 29,11.14) e (1Sm 2, 29; Ml 1, 6-14).

2) No ciclo dos Patriarcas; 

(Gn 14,17-20), (Gn 14,20) e (Hb 7,1-9) (Gn 28,18-22), (Lv 27,30), (Nm 18,21-32; Dt 12,12; 14,27), (Nm 18,26), (Dt 14,28-29; 26,12-13), ( Dt 14,22-23), (Dt 12,5.11; 14,22-23), (Dt 14,28-29; 26,12-15), (2Cr 31, 5-7), (2Cr 31,10), (Ne 10,36-39; 12,44), (Ne 13,10-11) e (Ne 13,12).

3) Nos profetas; 

(Am 4,4-5), (Ml 1,6;2,2), (Ml 1,7; 2,17), (Ml 1,7.8), (Ml 1,2.13; 2,17; 3,3-15), (Ml 1,7), (Ml 1,8.13) e (Ml 3,8-10).

b) No novo testamento:

1) Nos evangelhos;

(Mt 23,23; Lc 11,42) e (Lc 18,9-14).

 Partilha de bens; (Lc 8,1-3), (Jo 13,29) e (Mc 12,41-44).

2) Primeiras Comunidades; 

(At 2,42-47; cf. At 4,32-37).

3) Referente a coleta;

(At 11,29; Rm 15,26-27; 1Cor 16,1-4; 2Cor 8-9; Gl 2,10).

4) Nos escritos Paulinos;

(2Cor 9,7), (1Cor 7,22) e (1Cor 6,19).

  5) “No conjunto do Novo Testamento, se torna clara a continuidade das três finalidades que o dízimo tinha na legislação mosaica (sustento dos levitas e sacerdotes, socorro aos necessitados, manifestação do temor de Deus). A diferença principal está na motivação (não é mais por força de uma lei, mas pela decisão livre de consciência) e na modalidade (como partilha e não mais pelo cálculo de um percentual). Por meio da partilha, os cristãos contribuem com seus evangelizadores, em atitude de ação de graças pelo dom espiritual recebido (1Cor 9,11; Gl 6,6; Fl 4,16-17; 1Tm 5,17-18); auxiliam os necessitados com grande zelo (Mt 19,21; Ef 4,28; Tg 1,27), como as coletas o comprovam. O temor de Deus, é também mencionado no caso de Ananias e Safira (At 5,1-11), mas o amor a Deus e aos irmãos é a tônica predominante.” CNBB doc 106; o dízimo na comunidade de fé: orientações e propostas, n°24. 

c) Nos ensinamentos da Igreja:

            * No código Direito Canônico: N° 1254; N° 0222;

            * No catecismo da igreja católica: N° 2043.

10- Referências bibliográficas

1- Sagrada escritura. 

2- Código Direito Canônico.

     N° 1254 – A Igreja católica, por direito nativo, independentemente do poder civil, pode adquirir, possuir, administrar e alienar bens temporais, para a consecução de seus fins próprios.

     N° 0222 – Os fiéis têm obrigação de socorrer às necessidades da Igreja, a fim de que ela possa dispor do que é necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade e para o honesto sustento dos ministros.

3- Catecismo da igreja católica.

     N° 2043: “Ajudar a Igreja em suas necessidades”, recorda aos fiéis que eles devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades.

4- Doc. 106 da CNBB: Dízimo na comunidade de fé: Orientações e Propostas.

5- Estudos da CNBB, n°08 – Pastoral do dízimo.

6- Dízimo, uma proposta bíblica.

De Deus Borges, D. Sérgio et al.

Edições CNBB – 2016.

7- Arquidiocese de Florianópolis/SC – Folder.

Dízimo: Experiência de fé, esperança e caridade.

     “Confiamos a opção pelo dízimo à Santa Virgem Maria, invocada em todo o Brasil com o título de Nossa Senhora Aparecida, ela que, nas Bodas de Caná, com fina sensibilidade, notou a falta do vinho e ensinou a fazer o que seu Filho disser (Jo 2,3.5)”. CNBB doc 106; o dízimo na comunidade de fé: orientações e propostas, n°87. 

     O dízimo coerente é aquele que nasce e cresce pela fé. A plena conversão do cristão ao dízimo está na mesma medida e proporção de sua conversão em Cristo. Fruto disso, brota a fé, o amor, justiça, caridade, fraternidade e solidariedade, entre os irmãos e na comunidade.

 (1) As contribuições presenciais acontecem nas celebrações do segundo domingo do mês, pode ser também deixado no expediente da secretaria paroquial.

"Dízimo: fé que se transforma em partilha."